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Cronologia da guerra colonial (Setembro/1961)

Do livro: “Cronologia da Guerra Colonial”, de José Brandão

1 – Início da I Conferência Plenária dos Países Não Alinhados em Belgrado apela à ajuda internacional do povo angolano para que constitua sem demora um estado livre e independente.

5 – Morrem em combate 3 militares do BCaç 158.

6 – Revogação do Estatuto dos Indígenas.
– Operação “Fava” executada pelas forças portuguesas que ocupam o Colonato do Vale do Loge, em Angola, tendo sido capturados 4 elementos, sendo um deles o secretário da UPA, Pedro Tumissungo Cardoso.
– O Conselho de Segurança da ONU aprova uma moção contra Portugal.

8 – Morrem em combate 4 militares. Dois são da CCaç 117, um do BCaç 184 e um da CCaç 104.

9 – Criação do Serviço Militar Postal (SPM).

10 – Início da operação militar que conduz à reocupação da «Pedra Verde».

12 – Morrem em combate 2 militares da CCaç 112 e CCaç 268.

14 – Morrem em combate 2 militares da CCaç 89 e CCaç 268.

15 – Morrem em combate 3 militares. Dois da CCaç 115 e um da CCaç 268.

16 – Depois de várias tentativas do Exército e Forças especiais, especialmente Caçadores, sofrendo mortos e feridos, é tomada a “Pedra Verde”, de grande importância estratégica entre Luanda e Carmona, no decurso da reocupação militar do Norte de Angola.
– Desordem entre pára-quedistas e elementos da polícia em Luanda e que ficou conhecido como «Incidente da Versalhes».

22 – Operação “Miguel”, realizada pelas forças portuguesas em Angola, que consiste na limpeza da mata que domina grande parte do Rio Loge e o itinerário para Nova Caipemba, tendo ficado feridos sete militares.

26 – Numa batida na margem esquerda do Rio Loge, com a missão de atingir Sanda, um Pelotão de Caçadores e duas Esquadras de Morteiros, sofrem uma emboscada, de que resultou a morte de um furriel e de mais cinco feridos.

27 – Encerramento da estrada Carmona-Negaje, devido a novas acções militares dos guerrilheiros da UPA.
– Numa fase inicial os guerilheiros estavam mal equipados, sendo que as armas de que dispunham passavam por “catanas” bem afiadas, lanças, zagaias, flechas, algumas espingardas e carabinas (habitualmente roubadas a fazendeiros brancos) e “canhangulos” (espingardas artesanais compostas por uma coronha de madeira e um cano de ferro comprido – por vezes tubos de canalização, que eram carregadas pela boca com pólvora e projecteis vários) usados tipicamente para caça pelos nativos – ao usarem como projecteis pedaços de metal e sucata (parafusos, restos de ferramentas partidas, etc.) o efeito destruidor desta arma a curta distância era apreciável e temido, provocando ferimentos dilacerantes de grande gravidade.

29 – Morrem em combate um alferes e duas praças da CCaç 117.

30 – Transferência da sede do MPLA de Conacri para Leopoldville.
– Durante este mês as baixas das forças portuguesas totalizaram 27 mortos. Em acções de combate morreram 23 militares.


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Cronologia da guerra colonial (Julho/1961)

? – Chegam a Angola os BCaç 132, 158, 159, 184, 185, 186.

– Operações do Exército e Força Aérea na serra da Canda, para reabertura da chamada «estrada do café».

– É inaugurada, por Américo Tomás, uma exposição cujo lema é «Por que nos batemos em África».

3– O ministro da Defesa da África do Sul, J. Fouché, visita Lisboa para conversações com Salazar.

7– Comunicado das Forças Armadas sobre as actividades dos meses de Maio e Junho, no Norte de Angola.

10 – Morrem em combate 2 militares da CCaç 62 e da CCaç 110.

– Início da Operação “Viriato”, em que intervieram os Batalhões de Caçadores 96 e 114 e o Esquadrão de Cavalaria 149, por três eixos de ataque convergentes sobre o objectivo, Nambuangongo, sendo apoiados por meios de artilharia, engenharia e pela Força Aérea.

12 – Termina em Leopoldville, sem qualquer acordo, uma ronda de conversações para a criação de uma Frente Comum de organizações nacionalistas angolanas.

– Inicia-se em Dakar a Conferência das Organizações Nacionalistas da Guiné e Cabo Verde.

14 – Difusão de Novas Directivas Gerais de Censura que exigem atenção especial aos títulos e subtítulos referentes a acontecimentos militares do Ultramar.

– Operação “Raio” (de 14 a 17), no sector compreendido entre a Fazenda Américo e Barraca a sul do rio Bengo (Angola).

15– Morrem em combate 8 militares. Dois da CCaç 103 e seis da CCaç 115 em Quicabo.

18– Início da operação de cerco a Nambuangongo, ocupada pelos rebeldes desde o início da sublevação em Angola.

26 – Início da Operação “Pedra Verde”, que se prolongou até dia 31.

– Reconhecimento armado às matas da Quibaba (Angola), de que resultou a morte de duas praças da CCaç 63.

27– D. L. n.° 43823. Regula a concessão dos abonos a que têm direito os militares e civis militarizados que, nas Províncias Ultramarinas, façam parte de forças com a missão de restabelecer a ordem nas zonas onde a acção terrorista ponha em perigo as condições normais de existência da população.

28– Morrem em combate 3 militares. Dois do RIL (Regimento de Infantaria de Luanda) e um da CCaç 63.

29– Morrem em combate 2 militares. Um do RIL e um da BCaç 1.

31– Durante este mês as baixas das forças portuguesas totalizaram 32 mortos. Em acções de combate morreram 24 militares.

Do livro: “Cronologia da Guerra Colonial”, de José Brandão


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Operação “Pedra Verde”

De 26 a 31 de Julho de 1961, há 50 nos, a operação militar “Pedra Verde” foi uma das primeiras e mais  emblemáticas operações que o exército português efectuou em Angola para desalojar a UPA depois dos sangrentos massacres praticados pelo movimento independentista no norte do território.

A 4ª Companhia de Caçadores Especiais que chegou a Angola a bordo do navio “Timor” proveniente do RI 10 de Aveiro foi uma das intervenientes na operação e por isso nada melhor que observar o relato vivido por quem nela participou e que pode ser lido clicando AQUI.

Clicando em  “Pedra Verde” fica com mais informações.


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A Pedra Verde

A Pedra Verde

pverdeConquistada Nambuangongo pelas forças armadas portuguesas, os guerrilheiros da UPA encontram refúgio numa cordilheira de morros escarpados com cerca de 700 metros de altitude, uma zona de muito difícil acesso, situada poucos Km a Nordeste de Úcua e na entrada dos Dembos, onde predomina um morro com grutas naturais e túneis escavados pelo homem denominado Camucugonlo mas conhecido por “pedra verde”.

Esta região acidentada e coberta por floresta densa, domina o itinerário mais directo de Luanda para Carmona (Uíge) e é conhecido por “estrada do café”, pois serve ao longo dos Dembos inúmeras fazendas e povoações ligadas aquela cultura.

Considerado um baluarte do inimigo onde teriam afluído elementos fugidos de Nambuangongo, a “Pedra Verde” constituía uma ameaça pela sua proximidade em relação a Luanda e também pelas frequentes emboscadas realizadas pelos guerrilheiros às nossas tropas e pelos assaltos que levavam a cabo nas fazendas da região.

A 10 de Setembro de 1961 iniciou-se uma operação de grande envergadura e mesmo com apoio da artilharia e meios aéreos, as tropas tiveram de vencer imensas dificuldades num terreno sem picadas e muito difícil e só a 16 de Setembro foi conquistada a “Pedra Verde”, último refúgio da UPA.

Esta região foi sempre das mais problemáticas da guerra em Angola, onde houve muitas baixas da nossa parte, qualquer militar mobilizado para aquela zona já sabia do perigo que o esperava, mas para amenizar a situação, os mais velhos costumavam brincar com os maçaricos: Que sorte a tua, vais ver a Gina Lolobrigida!

QUESSO

Nesta foto podemos apreciar os seios da bela italiana, vendo-se ao fundo a “Pedra Verde”.

Mário Mendes