Flor do Congo

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Flor do Congo

Certamente que há em Angola muitas e variadas flores, tudo floresce naquela terra tão fértil. Esta foto com três lindos malmequeres foi tomada em 1972 no Luvo, no jardim da Casa do Administrador de Posto.

Mas hoje quero falar de outra flor, a denominada “flor do congo”, uma flor que dura muito, que porventura só os militares conhecem, porque muitos ainda hoje a possuem passados tantos anos desde que a “colheram”.

Aquilo a que os militares chamam “flor do congo” é uma doença de pele (micose) que ataca as virilhas e partes genitais, fruto do suor acumulado por longas caminhadas e dormidas no mato sem possibilidade de tomar banho.

É mais uma das muitas sequelas que muitos carregam para o resto da vida, e então depois comer umas azeitonas ou beber um digestivo é certo e sabido que  a dita clama por  “carícias”.

Mário Mendes

29 thoughts on “Flor do Congo

  1. Sempre me intrigou esta pergunta.
    Porque não fui atacado pêla famigerada e terrivel Flor do Congo?
    Penso que fui poupado devido à minha magresa extrema, pesava apenas 48 Kg.
    Práticamente todos os meus colegas, principalmente os operacionais, sofreram e muito com esta incomodativa micose.
    Era deveras confrangedor assistir ao martírio daqueles rapazes, a arrastarem-se penosamente durante as desgastantes operações apeadas, muios deles com as virilhas em sangue.
    Manuel Aldeias

  2. A “flor do Congo”,só atacava a quem andava na mata,o pessoal do arame,normalmente não tinha esse problema.Eu apanhei,mas nunca mais me repetiu,e como azeitonas e fui um bom “copo”.
    O medicamento para curar isso era uma especie de alcool conhecido
    na tropa por 1.114,se a memória não me foge,ardia bastante mas pas-
    sados dois dias a pele caía e já estava pronto para mais outra.
    Saudações mlitares.
    João abreu

    • É verdade! Curei-a com alcool a 90º e voltou hoje, 35 anos depois!!! 😦

    • Chamava-se soluto de whitefield, era eficaz. Tenho uma história engraçada desse produto. Já estávamos no Batassano, quando veio, em rendição individual, um rádio-montador. Passados uns tempos apanhou a flor-do-congo, o remédio era o tal soluto de whitefield. Dissemos ao camarada para por um bocadinho de soluto em algodão, mas muito pouco, esfregava nas “partes” afectadas e tornamos a recomendar que pusesse pouco. Ele não esteve com muitas tretas, encharcou o algodão e esfregou. Dizia ele: é fresquinho, quase de imediato, era vê-lo a correr e a abanar as “partes”, até foi para cima de uma cadeira em frente à ventoinha para arejar. Andou uma semana sem sair da caserna, nu da cintura para baixo que nem as cuecas aguentava. Tínhamos que lhe levar as refeições. A zona onde ele esfregou o soluto, até os ditos, estava vermelha. Mas que o “tratamento” resultou, não tenho dúvidas, nunca mais se queixou das comichões. Foi valente.

    • Meu pai tinha nas palmas dos pés umas borbulhas que parecia estarem por baixo da pele mas que largavam “aguadilha”. E diziam que era flor do congo. Uma vez calcei os sapatos dele e fiquei também com aquilo. Afinal não era flor do congo?

  3. e a pulga matacanha aquilo se pegava com um facilidade dos diabos e comia tudo por debaixo da unha e se pegava só na beira do rio 3 dias depois lá estava a um preta lá vinha o enfermeiro com uma agulha e com metileno e enfiava por baixo da unha aquilo doía e queimava pré caramba? guilherme saúde

    • Enfermeiro ? A nós era um pretito que nos tirava a matacanha. Trazia na orelha um pau aguçado e era com isso que a matacanha saía, depois era alcoól para cima ou tintura de iodo. Matava o bicho e siga.

  4. Caro amigo José Guilherme, para já não o conheço, mas vou dar-lhe resposta,não a flor do
    congo,porque quanto a isso todos os que fizeram tropa e tiveram em Angola,julgo que
    já estamos identificados.-
    Quanto a “matacanha” que atacava as unhas e solas ou a planta do pé,apanhava-se normalmente isso não só nos rios,mas principalmente, nas casas de banho,casas essas em péssimo estado, e isso era tipo uma postura de ovos,como fazem as aranhas para produzirem mais tarde os seus filhotes,e de facto doía bastante,mas íamos a enfermaria e o enfermeiro com uma pinça puxava aquilo para fora,acabava-se a dor e passados dois a três dias já estávamos bons.-
    Penso que ficou esclarecido,e quando quiser falar comigo estou sempre ao seu dispor
    mas contacte-me por meio de e-mail.-
    Um abraço
    Do ex militar João Abreu

  5. Caros ex-camaradas de armas de Angola…

    RELATIVAMENTE Á FLOR-DO-CONGO, E O SEU TRATAMENTO OU CURA , ALGUÉM PODERÁ AJUDAR, DANDO UMAS DICAS SOBRA A MELHOR FORMA DE LIDAR COM ESTAS MICOSES ??
    È QUE JÁ ESTOU FARTO DE TOMAR MEDICAMENTOS, DURANDO O SEU TRATAMENTO MESES, E ….NADA. SEMPRE NA MESMA, COM CRISES INOPINADAS, MAS QUE ACREDITO TENHAM A VER COA ALIMENTAÇÃO, POR EXEMPLO .

    MUITO AGRADECIDO A QUEM POSSA AJUDAR, E SAUDAÇÕES PARA OS EX CAMARADAS EM GERAL E ESPECIALMENTE PARA O PESSOAL DE S. SALVADOR DO CONGO ( pad 30 70 )

    ABRAÇO

    JOÃO GUERRA

    • Caro amigo, depende do tipo, mas a pomada Lamisil 1% pode resultar. Quanto à alimentação é de evitar azeitonas, picantes e bebidas brancas.

    • Para tratamento uso e dou-me bem com : Mitosyl-pomada. Espero que também resulte. Até sempre.

    • O meu tio ficou bom com óleo de trigo torrado . Compra na farmácia .

    • meu amigo também fui militar em angola e apanhei essa dita cuja, flor do congo, quando aparecia era um prazer coçar, curei na altura com uma mistura de alcool e tintura de iodo, fazia uma mistura que se chamava “flor de genciana” roxo, a coisa passou, mas 30 anos depois voltou, só no ano passado 2014, quando fui a Moçambique, A COISA ATACOU E FUI Á FARMACIA, deram-me la um produto de nome “dermobene com clotrimazol 10mg/ml” em loçao, é otimo, ada de spreys, amansou e desapareceu, mas nao esteja a pensar em milagres que ela é amiga e volta, mas basta estar prevenido com essa loção é a melhor que encontrei até hoje, trata a micose e a unha se esta tiver sido atacada e de resultados duradouros.
      espero ter ajudado
      jose guerreiro
      companhia B BAÇ / C CAÇ 4614 vale do loge 1973

      • Olá camarada José Guerreiro,estive em Quimaria no ano de 68,também herdei essas rosinhas que se não forem tratadas alastram bastante .Normalmente eu uso o canesten-solução,não é radical mas vai atenuando.Fui enfermeiro na vida militar,e nesse tempo em Angola usava-se,Tintura de Asterol, que embora não curasse atenuava bastante. Falando das (Matacanhas),tirei algumas aos colégas da minha companhia,e éra usado um pau delgado afiado em meia esquadria tipo palmêta,pois isso aprendi com os naturais de Angola,que éram peritos nisso. Vi que esteve no VAL do Loge ,que eu conhecia bastante bém,pois fazia-mos a viagem Quimaria -Toto Val do Loge bastantes vezes. Abraço e muita saúde.

    • Tente comprar nas farmácias ou no Hospital Militar, soluto de whitefield. Muita atenção ponha muito pouco, umas gotas, num pedaço de algodão e esfregue, sem forçar, nas partes atingidas. No meu tempo era assim que se tratava. A pomada era distribuida para os postos acima de cabo. Para nós era “dose de cavalo”. Resultava. Abraço.

    • Tente com soluto de whitefield.

    • Tintura de Asterol

  6. Sei bem o que isso é…fiquei que nem me podia mexer. Bastava dar uns simples passos para as feridas nas virilhas abrirem e não havia forma de abrandar. Ainda hoje tenho que ter cuidados especiais e sou acompanhdo periódicamente por um dermatologista. Medalhas…

  7. Não conheço a razão do nome que lhe foi dado naquelas paragens, mas “Flôr do Congo” por que é conhecida, não é mais que uma dermatofitose, conhecida popularmente em Portugal como “impingem”. É uma micose de tratamento fácil e não é verdade, como atrás se deixa crer, que é um mal para sempre. Não é preciso ir a África ou ser militar em África para se contrair a doença. Como fungo que é, desenvolve-se nos meios húmidos (virilha, axilas, genitais…). A falta de higiene completa é também um factor a ter em consideração. Ex; Tomar banho e não se enxugar completamente, favorece o desenvolvimento de qualquer fungo.
    É transmissível por contacto. Quando fizer tratamento há que usar luvas. Tocar a ferida e de seguida tocar outro ponto do corpo é contagiar esse ponto. Não usar roupa de outras pessoas.
    Há que ter em conta que o maior inimigo é a falta de higiene. Acredito que por falta disso haja muitos militares que depois de a contraírem ainda se não tenham visto livres dela.
    O Laboratório militar português, tinha uma solução tópica, eficaz para quando do seu aparecimento, chamada de Asterol, Para casos mais adiantados tinha uma outra chamada whitefield. Era remédio santo.
    Para o seu tratamento, experimentem o Canesten Ceme.

    OBS: O tratamento da “Flôr do Congo”, deve ser prolongado uns oito a quinze dias, para além da “cura”.

    • Olá Luis Coimbra .A razão do nome (Flor do Congo )se reparar nessa flor que está ao cimo,e para quem sabe como começa, é precisamente quase as pétalas de um malmequer,mas com menos pétalas, umas 5-6.Não foram os antigos combatentes que descobriram o nome, mas sim que, quando aparece a doença, tem a configuração de uma flor…daí o nome flor, do Congo. Estive no Regimento de Infantaria 20 de Luanda, onde as companhias eram na sua meioria, naturais de Angola,e ninguém melhor que eles conheciam os usos e costumes ….Abraço

  8. Boa noite,
    Essa de se apanhar a “flor do congo” por falta de hegiene é errada, apanhei no norte de Angola depois de muito caminhar á chuva e não só, mas sempre me lavei, um vírus ou outra “budega” qualquer convence-me mais! Na altura curei com álcool a 90º e mais uma erva que não lembro! E… voltou a aparecer hoje (14/03/13), vou experimentar as propostas aqui mencionadas(algumas, claro). Obrigado e bem hajam.

  9. Depois de ler os vários comentarios desta página informo que
    1 – Flor do Congo era uma doença de pele actuava nas virilhas mas não atacava só os miltares como toda a gente em geral. Tinha muitos amigos em Luanda que tinham a doença sem ir à tropa. Era curada con soluto whitfield (sul-africano) ou soluto 1214 do laboratório militar. Também se obtinham bons resultados com sabão Asepso.
    2 – matacanha. Confesso que nunca vi tirarmatacanhas com pinça mas sim com uma agulha pois o saco não se podia rasgar e o resultado ser muito pior.

    Espero ter ajudado.
    Vitor Cardoso

  10. Já foi tudo dito sobre a Flor do Congo e a Matacanha. No que refere à Flor do Congo, aparecia com frequencia aos militares OPERACIONAISD, devido ao suor e não só. Nas operações militares. em Angola, era frequente, pois, o que se espera, numa operação de 3, 4. 5 ou mais dias, sem qualquer higiene

  11. Medicamento para a FLOR DO CONGO
    Algumas semanas após chegar ao BCaç.14 a Moçambique, em 1973, também fui atacado e usei sem sucesso e dolorosamente o tal álcool corrosivo.
    Fui experimentando alguns medicamentos que me enviavam do Puto e só o último resultou imediatamente. Passei a informação aos camaradas caçadores e coçadores: – Foi um milagre! Deu resultado em todos.
    Sem querer fazer publicidade mas simplesmente dar nota da minha boa experiência, o medicamento era o TINADERME, à época sob a forma de líquido oleoso indolor.

  12. O meu falecido pai foi PM em Luanda. Ele apanhou lá a flor do congo. Quando chegou a Portugal e constituiu família transmitiu a doença à esposa, a mim, filho mais velho, e ao meu irmão. Ainda hoje me reapareceu. Eles já não têm, segundo me disseram.
    João Paulo Correia
    P.S.: Obrigado pelas dicas de tratamento.

  13. Boa tarde amigos e camaradas. Para a flor do congo o melhor remédio era uma solução elaborada pela farmácia Central de Viseu, cujo nome me foge, mas que deveria ter como base, possivelmente, tintura de iodo. Eu como sua muito, por mais cuidado que tenha com a higiene, de quando em vez, lá sou atacado. Fricciono as virilhas com pomada “TRAVOCORTE” e por uns dias deixo de ter problemas. Um outro produto que também resulta é sabonete ASEPSO, depois do banho no final do dia, lavar as zonas que normalmente são atacadas por a dita cuja. Enxaguar bem para não ficar grandes resíduos do sabonete. Eu utilizo-o mesmo para os pés por causa das micoses interdigitais. Até há relativamente pouco tempo esse sabonete só se conseguia através de pessoas que estivessem em áfrica, apesar de ser um produto produzido em Inglaterra. Há relativamente pouco tempo, está à venda em Portugal, se houver alguém interessado em adquirir e não encontrar, entre em contacto comigo que lhe indico onde encontrar.

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